domingo, 22 de novembro de 2009

Celso Pitta (Ex-prefeito da cidade do Rio de Janeiro)



Celso Roberto Pitta do Nascimento (Rio de Janeiro, 29 de setembro de 1946 — São Paulo, 20 de novembro de 2009) foi um político e economista brasileiro, graduado pela Universidade Federal Fluminense, com mestrado em economia na Universidade de Leeds (Inglaterra) e curso de Administração Avançada na Universidade Harvard (Estados Unidos).

Foi o prefeito da cidade de São Paulo de 1º de janeiro de 1997 a 26 de maio de 2000 e de 13 de junho a 31 de dezembro de 2000. Foi o segundo negro a ser prefeito da cidade de São Paulo. O primeiro foi o advogado Paulo Lauro, que ocupou o cargo entre 1947 e 1948.

Pelo fato de, na época, ainda não existir a possibilidade de reeleição em cargos executivos no Brasil, o então prefeito Paulo Maluf decidiu lançar seu secretário de finanças para dar prosseguimento ao seu modo de governar. Destaca-se a frase "votem no Pitta, e se ele não for um grande prefeito, nunca mais votem em mim", para demonstrar sua confiança no afilhado político.

Foi eleito no segundo turno pelo Partido Progressista (na época chamado Partido Progressista Brasileiro; PPB), derrotando surpreendentemente a candidata do Partido dos Trabalhadores, Luiza Erundina. A vitória de Pitta se deu principalmente em razão do apoio do prefeito Paulo Maluf, que possuía grande aprovação. Suas propostas envolviam principalmente projetos na área de transporte, como o "fura-fila" (chamado depois de "Paulistão" e de "Expresso Tiradentes"), parcialmente finalizado dez anos depois, ao custo total de 1,2 bilhão de reais.

Denúncias de corrupção
O mandato foi marcado por corrupção, tendo as denúncias estourado em março de 2000, relatadas principalmente por sua ex-esposa, Nicéia Pitta, que vinha sendo ameaçada de morte. As denuncias envolviam vereadores, subsecretários e secretários - entre as denúncias, está o escândalo dos precatórios. Tais denúncias tiveram como conseqüências sua condenação à perda do cargo pela justiça. Por 18 dias seu vice, Régis de Oliveira, assumiu a prefeitura. Depois Pitta entrou com recurso e recuperou o mandato. Nesta época ocorreu a ruptura de Pitta com Maluf, passando Pitta a pertencer ao Partido Trabalhista Nacional.

Ao terminar seu mandato, o ex-prefeito era réu em treze ações civis públicas, acusando-o de ilegalidades. O valor das denúncias somadas alcançou 3,8 bilhões de reais, equivalente a quase metade do orçamento do município na época. A dívida paulistana passou na sua gestão de 8,6 bilhões de reais em 1997 para 18,1 bilhões de reais.

Por causa das denúncias, não se candidatou para se reeleger em 2000, já que a maioria dos paulistanos rejeitava a gestão.

Quando Celso Pitta deixou o poder em 2001, uma pesquisa mostrou que 83% dos paulistanos consideravam a sua gestão ruim ou péssima, uns dos maiores índices do ex-prefeitos que saíram do cargo.

Candidaturas
Tendo se candidatado a deputado federal nas eleições de 2002 e nas de 2006, não foi eleito.

Prisão
Em 2004, depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito do Banestado, foi preso por desacato à autoridade, ao discutir com o senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT).

Em 2006, o Ministério Público do Estado de São Paulo pediu, por meio de ação cível por má administração pública, a devolução de 11,8 milhões de reais aos cofres da prefeitura paulistana.

Nova prisão
Em 2008, a Justiça Federal considerou Pitta culpado pelo "escândalo dos precatórios", impondo-lhe uma pena de 4 anos de prisão.

Foi preso pela Polícia Federal em 8 de julho, durante a Operação Satiagraha contra corrupção, por desvio de verbas públicas e lavagem de dinheiro.[2]

Dois dias depois, teve a prisão temporária afastada, após liminar do presidente do STF, Gilmar Mendes.

Foragido por duas semanas
Celso Pitta ficou foragido por duas semanas por não ter pago a pensão para sua ex-mulher Nicéia Pitta, mas conseguiu um habeas corpus na justiça para responder o processo em liberdade e convocou uma entrevista coletiva no dia 3 de dezembro de 2008para explicar sua versão dos fatos.

Prisão domicilar
O juiz Francisco Antônio Bianco Neto, da 5ª Vara da Família da capital Condenou Pitta a prisão domicilar por não pagar pensão alimentícia à ex-mulher,ele terá que cumprimir prisão domicilar,pois deve para Nicéia Camargo R$ 155 mil de pensão alimetícia.

Cirurgia
Em janeiro de 2009, Pitta submeteu uma cirurgia, para retirada de um tumor no intestino e depois da cirugia, iniciou o tratamento com quimioterapia no Hospital Sírio-Libanês.

Morte
Celso Pitta morreu no dia 20 de novembro de 2009, aos 63 anos, em decorrência de um câncer no intestino. Ele estava internado no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, e havia se submetido a uma operação.

Seu estado de saúde piorou mais nos últimos meses, de acordo com declarações de seu advogado, devido aos processos sobre o qual respondia.


Notas e referências
↑ Conheça a vida e os escândalos de Celso Pitta. Estadão, 21 de novembro de 2009.
↑ PF prende Daniel Dantas, Celso Pitta e Naji Nahas em operação contra desvio de dinheiro - Folha Online, 06/07/2008
↑ Supremo dá liberdade para Pitta, Nahas e mais nove - Consultor Jurídico, 10/07/2008
↑ Ex-prefeito Celso Pitta morre aos 63 anos em São Paulo, Folha Online, 21 de novembro de 2009
↑ Morre em São Paulo o ex-prefeito Celso Pitta. Página visitada em 21-11-2009.
↑ Disputas judiciais agravaram câncer em Celso Pitta, diz advogado. Página visitada em 21-11-2009.



Precedido por
Paulo Maluf
Prefeito de São Paulo
1997 - 2000
Sucedido por
Régis de Oliveira
Precedido por
Régis de Oliveira
Prefeito de São Paulo
2000 - 2001
Sucedido por
Marta Suplicy

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